MUROS
Onde inventar um caminho legítimo
para o êxodo, uma porta entreaberta
respirando o ar que vem da terra?
Os muros da cidade sustentam-se
destas incertezas, destas cortinas
de fogo, este balbuciar de cansaços
inexactos, intranquilos como o fumo
esparso, dispersando vozes alheias.
Não nos inclina a dureza das pedras,
a sua fiel sabedoria de intransigências.
Mas tarde é inútil, para fingir exílios.
Hoje já é ontem, para o fim indiciado.
Onde inventar um caminho legítimo
para o êxodo, uma porta entreaberta
respirando o ar que vem da terra?
Os muros da cidade sustentam-se
destas incertezas, destas cortinas
de fogo, este balbuciar de cansaços
inexactos, intranquilos como o fumo
esparso, dispersando vozes alheias.
Não nos inclina a dureza das pedras,
a sua fiel sabedoria de intransigências.
Mas tarde é inútil, para fingir exílios.
Hoje já é ontem, para o fim indiciado.
Vieira Calado. Em Terrachã, ed. AJEA.
Imagens: Kelly Sychoski e Rafael Kalinoski.
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