domingo, 3 de fevereiro de 2013

Oscar Niemeyer: de Vidro e Concreto


Fábula de um arquiteto
João Cabral de Melo Neto

A arquitetura como construir portas,
de abrir; ou como construir o aberto;
construir, não como ilhar e prender,
nem construir como fechar secretos;
construir portas abertas, em portas;
casas exclusivamente portas e teto.
O arquiteto: o que abre para o homem
(tudo se sanearia desde casas abertas)
portas por-onde, jamais portas-contra;
por onde, livres: ar luz razão certa.
Até que, tantos livres o amedrontando,
renegou dar a viver no claro e aberto.
Onde vãos de abrir, ele foi amurando
opacos de fechar; onde vidro, concreto;
até refechar o homem: na capela útero,

com confortos de matriz, outra vez feto.

O grupo Viver AU discute nesse dia 03 de fevereiro de 2012 o livro, escrito por Frederico de Holanda, que trata das relações entre interno e externo nas obras de Oscar Niemeyer assim como outros aspectos de suas obras e como elas se configuram ao longo do tempo. O texto trata também da questão estética em suas obras e como ele utiliza de seus edifícios para configurar o espaço em que estará inserido.
De modo geral a crítica de Holanda trata de todas as questões relacionadas às obras de Niemeyer, positiva e negativamente. As discussões sempre são enriquecidas com exemplos e comparações tanto entre obras do arquiteto, obras de outros arquitetos que viveram o mesmo período arquitetônico.
Para saber mais você pode ler a resenha disponível no site “www.vitruvius.com.br”.

  
Holanda compara A obra de Oscar Niemeyer (Palácio do Planalto), com a pirâmide de Gizé, “colocando assim, a obra de Niemayer como algo faraônico”. 

Fonte: Melo Neto, J. C. 1994. Obra completa: volume único. RJ, Nova Aguilar. Poema originalmente publicado em 1966.

Por: Flávia Regina Oldoni e Gláucia Andrade



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