terça-feira, 14 de junho de 2011

das relações opostas: fechado-aberto

Imagem: Yan Kaue S. Brasil

 
Aquela névoa branca, densa e claustrofóbica fazia-me sentir num fechado-aberto. Dá para entender? A realidade é que eu estava fisicamente livre. Eu estava no tal 'aberto', na liberdade tal como a sua etimologia. O situação permitia-me sentir o espaço; o espaço verídico. As formas, as projeções e as agrupações eram-me habituais, porém, a névoa reprimia-me. É difícil falar disso; foi tão relativo e singular. O meu campo de visão permitia-me decifrar o espaço à distância de dez passos, aproximadamente. Nada mais. O resto era branco, úmido, impalpável. O resto era névoa, apenas. A cada passo dado fugia-me da visão situações anteriores e eram-me visíveis novos espaços. Necessitei, naquela situação, do silêncio e da imobilidade para anestesiar-me daquela sensação; daquela dor que era psicológica; acho que tem a ver com as minhas memórias vagas; as lembranças dilacerantes. Compreendi, naquele momento, o tal 'fechado-aberto'. As sensações que são opostas; as que são complexas. Pus-me, portanto, a transformar as más sensações em otimizadores novos sentimentos. É o que ando fazendo; ando vagando em uma névoa branca e densa, porém, dou a ela características - psicológicas- positivas, mesmo que a repressão seja constante; mesmo que a ferida exposta seja pungente a cada segundo vivido.

Por: Yan Kaue S. Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário