Encontrarmo-nos. Parece surrealismo, às vezes. Nosso golden times não é agora e isso parece frustrar-nos tanto. E sofremos buscando algo que não nos é permitido -ou que nos é limitado. Quem sabe algo mais agressivo; mais antiquado; mais cafona. Pós-moderno ou anti-moderno. Quem sabe algo tão mínimo quanto less is more ou algo tão místico quanto less is a bore. Questionarmos o que sentimos é bom, até que isso se torne tortura; punição; ostracismo a um mundo cheio de dúvidas que alimenta a nossa razão de incertezas. E isso só acaba quando a mente pensa e analisa o passado - ou o futuro, whatever- a modo que esses se tornem um antídoto às nossas dores psicanalíticas instantâneas. Quando o que nos fascina é o futuro as dores não são curadas com qualquer analgésico, é mais difícil. O futuro é tão dúbio quanto o agridoce. E se o ceticismo tomar-nos a mente, nem Deus, no seu maior grau de onipotência, nos dará o mérito de saber desses tempos. Tempo é dinheiro a partir do momento que corpo é desespero; desespero por calma, por reflexão, por angústia de ter o que nunca se teve ou o que parece ser muito longínquo. E o altruísmo se vai. A caridade vira modismo e a distinção entre 'saber' e 'ter-um-dicionário-repleto-de-ismos' se torna pequena, porque somos máscara antes de carne, antes de vísceras, antes de ossos. Nos é pungente a vontade de aparecer antes de sabermos qualquer coisa a respeito de nós mesmos. Não encontramos o nosso golden times porque nem ao menos nos encontramos. Ficamos à mercê das nossa próprias limitações, não importa quais sejam elas, mas ficamos, pois a superficialidade nos toma conta e nada mais é tão nítido quando a dúvida, em nossas faces amedrontadas.
Por: Yan Kaue S. Brasil
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