quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Magia da Natureza



Foto: Ricardo Boelke.

"A luz se foi e agora nada mais resta a não ser esperar por um novo sol, um novo tempo, nascido do mistério do tempo e do amor do homem pela luz."  
(Miguel Falabella)

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Das Oficinas Realizadas

Na quinta-feira, 27 de outubro, o grupo ViverAU realizou uma oficina de culinária ministrada pelo professor Murad Jorge Mussi Vaz, que cozinhava profissionalmente antes de se tornar professor. O cardápio foi Risoto Funghi, farofa doce e  Cobbler para a sobremesa.
Segue a receita da nossa sobremesa, adquirida com uma confeiteira alemã que morava no Alaska, para quem quiser conferir:

Farofa doce
1 xícara de açúcar
1 xícara de farinha
1 colher de sopa de canela em pó
Margarina até dar ponto de farofa de cuca
Abrir em uma forma e assar até ficar crocante como desejado.

Cobbler
1 xícara de morango
Cortar as frutas em cubos de 1 cm³
Em uma frigideira colocar:
1 colher de margarina
2 colheres de sopa de açúcar
1 colher de chá de canela em pó 
Frutas picadas
Mexer até as frutas ficarem macias, cobrir com a farofa assada e servir com sorvete de creme ou nata batida.

 


Foto: Acervo ViverAU



quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Projetos em Andamento

“É bom ser criança, ter amigos de montão.
Fazer cross saltando, tirando as rodas do chão. 

Soltar pipas lá no céu, deslizar sobre patins. 
Bem que isso podia nunca mais ter fim.”

Trecho da música: É bom ser criança - Toquinho.



O grupo de estudos ViverAU está com um projeto em andamento que consiste em fazer uma piscina de bolinhas com tijolos de caixa de leite produzidos pelos próprios integrantes do grupo juntamente com as crianças da Obra Santa marta no município de Erechim. Na foto, alunos da Obra com os integrantes do grupo de estudos fazendo os tijolos de argila.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Da Pluralidade da Arte

“A ideia torna-se a máquina que origina a arte." 
Sol LeWitt


A arte conceitual é aquela que considera a idéia, o conceito por trás de uma obra artística como sendo superior ao próprio resultado final, sendo que este pode até ser dispensável.
O mais importante para a arte conceitual são as idéias. A execução da obra fica em segundo plano e tem pouca relevância. Além disso, caso o projeto venha a ser realizado, não há exigência de que a obra seja construída pelas mãos do artista. Ele pode muitas vezes delegar o trabalho físico a uma pessoa que tenha habilidade técnica específica. 
O que importa é a invenção da obra, o conceito, que é elaborado antes de sua materialização.
Apesar das diferenças pode-se dizer que a arte conceitual é uma tentativa de revisão da noção de obra de arte arraigada na cultura ocidental. A arte deixa de ser primordialmente visual, feita para ser olhada, e passa a ser considerada como idéia e pensamento.

Javacheff Christo








quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Da prática Costumeira


“A idéia é a rotina do papel
O céu é a rotina do edifício
O início é a rotina do final
A escolha é a rotina do gosto
A rotina do espelho, é o oposto.
A rotina do jornal é o fato
A celebridade é a rotina do boato
A rotina da mão é o toque
A rotina da garganta, é o rock.
O coração é a rotina da batida
A rotina do equilíbrio é a medida
O vento é a rotina do assobio
A rotina da pele, é o arrepio.
Toda rotina, tem a sua beleza."
Dias projetados.
Despertador, soneca, despertador. Luz, preguiça, armário, armário, armário. Banheiro, espelho, água, toalha. Cozinha, geladeira, café, torradeira, mesa, pia. Banheiro, escova, água. Quarto, cabelo, perfume. Bolsa, chave, caderno, celular, porta. Caminho, Universidade, porta, pranchetas, colegas, risos, professores, aula, sono. Escalímetro, esquadro, compasso, borracha, lapiseira, régua, borracha. Desenho, projeto, planta, nível. Meio- dia, casa, quarto, chinelo, internet, congelador, panela, almoço. Sofá, internet, intenet, preguiça, louça. Atraso, banheiro, quarto, Universidade. Aula, sono, xerox, sono, intervalo. Lanche, aula, casa, alívio, internet, banho, leitura, internet. Cozinha, leite, chocolate, internet, trabalhos, sono, persistência, resistência, sono. Cama, cobertor, conversa, sono, travesseiro, sonho!
Por: Flávia Regina Oldoni e Josiane Andréia Scotton.


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Questionamentos ou sei lá o quê

Encontrarmo-nos. Parece surrealismo, às vezes. Nosso golden times não é agora e isso parece frustrar-nos tanto. E sofremos buscando algo que não nos é permitido -ou que nos é limitado. Quem sabe algo mais agressivo; mais antiquado; mais cafona. Pós-moderno ou anti-moderno. Quem sabe algo tão mínimo quanto less is more ou algo tão místico quanto less is a bore. Questionarmos o que sentimos é bom, até que isso se torne tortura; punição; ostracismo a um mundo cheio de dúvidas que alimenta a nossa razão de incertezas. E isso só acaba quando a mente pensa e analisa o passado - ou o futuro, whatever- a modo que esses se tornem um antídoto às nossas dores psicanalíticas instantâneas. Quando o que nos fascina é o futuro as dores não são curadas com qualquer analgésico, é mais difícil. O futuro é tão dúbio quanto o agridoce. E se o ceticismo tomar-nos a mente, nem Deus, no seu maior grau de onipotência, nos dará o mérito de saber desses tempos. Tempo é dinheiro a partir do momento que corpo é desespero; desespero por calma, por reflexão, por angústia de ter o que nunca se teve ou o que parece ser muito longínquo. E o altruísmo se vai. A caridade vira modismo e a distinção entre 'saber' e 'ter-um-dicionário-repleto-de-ismos' se torna pequena, porque somos máscara antes de carne, antes de vísceras, antes de ossos. Nos é pungente a vontade de aparecer antes de sabermos qualquer coisa a respeito de nós mesmos. Não encontramos o nosso golden times porque nem ao menos nos encontramos. Ficamos à mercê das nossa próprias limitações, não importa quais sejam elas, mas ficamos, pois a superficialidade nos toma conta e nada mais é tão nítido quando a dúvida, em nossas faces amedrontadas.
Por: Yan Kaue S. Brasil

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

da magia das máscaras


 “Procura-se em cada máscara sua íntima verdade e múltiplos mistérios, rituais de vida e passagem. Em ti, em mim, as variadas faces mutáveis e sucessivas de atuação. Confronto defesa coragem. Pretende-se e aprende-se, assim, a usar de encantamento, magia, sedução, para a sobrevivência e afirmação, até o final momento de transformação.”  
(Lourdinha Biagioni)

As máscaras podem ser vistas como um elemento simbólico, cênico, cultural e de enganação. Os povos africanos, os gregos, os romanos e os italianos utilizaram e utilizam as máscaras para diferentes fins. São usadas em festas para deuses e representação de espírito, danças, bailes e teatros, nos tradicionais carnavais de Veneza e do nordeste brasileiro ou simples adereços para festas.
A partir dos diferentes conceitos e efeitos das mascaras o Grupo ViverAU realizou uma oficina de máscaras no dia 15 de Setembro. Foi utilizada a técnica da gaze engessada. Os integrantes do grupo foram os “modelos vivos” para a concepção das mesmas. De diferentes tamanhos, formas e cores elas se tornam a nossa expressão.

Imagem: Acerto ViverAU

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

das transformações feitas

“A moda nos remete ao mundo esplendoroso e único das celebridades. Vestidos deslumbrantes, costureiros famosos, tecidos e aviamentos de ultima geração. Não nos leva a pensar que desde a pré-história o homem vem criando sua moda, não somente para proteger o corpo das intempéries, mas como forma de se distinguir em vários outros aspectos tais como sociais, religiosos, estéticos, místicos ou simplesmente para se diferenciar individualmente.”
MORAES, Daniela Eufrásio Cavallaro.


Pensando em moda como arte, que é de fato, o grupo Viver AU realizou na última quinta-feira, 11 de agosto , uma oficina de moda. Reutilizando roupas de uma forma criativa e contemporânea de acordo com nossos diferentes estilos.
Por: Daniela Susin Guerra
 

 
Imagens: Acervo ViverAU

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Dos feitos da Natureza

Imagem: Franciele Bervian

A natureza não é benévola, e é com determinada indiferença que de tudo se vale para os seus fins (Lao tsé).

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

das exibições feitas

"Baseado em musical estreado na Broadway em 1967, Hair é um musical crítico ao mesmo tempo em que enérgico sobre um importante período da história estadunidense. O filme apesar de datar de 1976 conseguira adesão do público jovem, justamente por retratar de forma diferenciada àquela época, sem preconceito com os temas que foram tabus naquele contexto: sexo livre, homossexualidade, drogas, liberdade dos vínculos familiares, Guerra do Vietnã etc. O grande potencial do filme de Forman é justamente essa abordagem descolada sobre esses jovens um tanto perdidos a vagar por essa América que insistia em não os acolher através de seus ideais belicistas e conservadores".

quinta-feira, 16 de junho de 2011

das artes fotográficas

Imagem: Franciele Bervian


"[...] neblina? ou vidraça? Que o quente alento da gente, que olha a rua, embaça? "
 Guilherme de Almeida

a arte de revitalizar

Imagem: google

            No atual cenário de desvalorização do patrimônio histórico, encontra-se algo que se desloca desse contexto, como exemplo disso cito a revitalização de um antigo cinema em desuso localizado na cidade de Santa Maria/RS. Foram reutilizadas as antigas instalações do Cine Independência, localizado na praça Saldanha Marinho no centro da cidade, para a criação de um espaço para os vendedores ambulantes, artesãos e camelôs que antes estavam dispersos pelo centro e ruas principais de Santa Maria.
            A reutilização desse espaço, além de preservar o patrimônio da cidade, resolveu o grave problema que eram os ambulantes espalhados pelo centro. Esses exerciam suas funções de maneira imprópria e sem nenhuma infra-estrutura sujeitos às intempéries e à violência. A circulação de pedestres também era comprometida com a presença dos vendedores ambulantes, sem contar a descaracterização do centro da cidade junto com a poluição visual causada pelas dezenas de tendas de plástico colorido e produtos espalhados pela praça.  
            Apesar de todas as críticas sobre a localização - por ser considerado o centro uma área nobre da cidade- da nova utilização e da fidelidade ao antigo edifício do cine independência, hoje o que é denominado Shopping Independência conta com 194 estandes mais a praça de alimentação.
            Além de todos os benefícios pela recuperação do espaço e a devida locação aos vendedores ambulantes, os moradores de Santa Maria foram presenteados com a devolução da praça principal, antes ocupada pelos camelôs. A praça hoje se encontra em reformas.
            Com esse exemplo de sucesso fica o apelo pela revitalização de nossos edifícios históricos juntamente com uma nova utilização para cada um deles. Sabemos que é possível e viável, então só basta fazer.



Imagem: google

Por: Luís Ranulfo Costa Nuns

terça-feira, 14 de junho de 2011

das relações opostas: fechado-aberto

Imagem: Yan Kaue S. Brasil

 
Aquela névoa branca, densa e claustrofóbica fazia-me sentir num fechado-aberto. Dá para entender? A realidade é que eu estava fisicamente livre. Eu estava no tal 'aberto', na liberdade tal como a sua etimologia. O situação permitia-me sentir o espaço; o espaço verídico. As formas, as projeções e as agrupações eram-me habituais, porém, a névoa reprimia-me. É difícil falar disso; foi tão relativo e singular. O meu campo de visão permitia-me decifrar o espaço à distância de dez passos, aproximadamente. Nada mais. O resto era branco, úmido, impalpável. O resto era névoa, apenas. A cada passo dado fugia-me da visão situações anteriores e eram-me visíveis novos espaços. Necessitei, naquela situação, do silêncio e da imobilidade para anestesiar-me daquela sensação; daquela dor que era psicológica; acho que tem a ver com as minhas memórias vagas; as lembranças dilacerantes. Compreendi, naquele momento, o tal 'fechado-aberto'. As sensações que são opostas; as que são complexas. Pus-me, portanto, a transformar as más sensações em otimizadores novos sentimentos. É o que ando fazendo; ando vagando em uma névoa branca e densa, porém, dou a ela características - psicológicas- positivas, mesmo que a repressão seja constante; mesmo que a ferida exposta seja pungente a cada segundo vivido.

Por: Yan Kaue S. Brasil

segunda-feira, 13 de junho de 2011

das artes corpóreas: a dança

Imagem: Franciele Bervian


"A dança: uma expressão perpendicular de um desejo horizontal".
George Bernard Shaw

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Arquitetura e Meio Ambiente: Acadêmicos da UFFS participam da X Semana Municipal de Meio Ambiente

Ocorre em Erechim, de 05 a 10 de junho de 2011, a X Semana Municipal de Meio Ambiente, com o tema “Meio Ambiente e Qualidade de Vida”. O evento é uma promoção da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, e tem como parceiras várias instituições dos setores público e privado, entre elas UFFS.
A abertura do evento ocorreu no dia 05 de junho, na Praça Jaime Lago, oportunidade em que estiveram presentes acadêmicos e professores da UFFS, bem como representantes das demais instituições participantes do evento.
Entre as diversas atividades que estão ocorrendo nessa semana, destacamos as com foco direcionado também à Arquitetura. Na segunda-feira, dia 06, aconteceu na UERGS uma oficina com o tema “Paisagismo”, ministrada pela MSC Halina Kluch; na quinta-feira, dia 09, realizou-se a “Trilha Interpretativa Urbana” organizada pela Dra. Elisabete Maria Zanin, e pelas mestrandas Camila Raquel Dipp, Xenes Mara Bordin e Vivian Destri, todas representantes da URI Campus Erechim.
Também aconteceu de 07 a 09 de junho, nas dependências da URI, Campus Erechim, o VIII Fórum Regional do Meio Ambiente, com o Tema “2011, o ano das florestas”. Destacamos também que na quinta-feira participou do fórum a professora da UFFS MSC Nauíra Zanardo Zanin, que ministrou uma palestra sobre “Sustentabilidade na Cidade”.
Todas as oficinas e palestras do fórum transmitiram importantes informações aos acadêmicos do curso de Arquitetura e Urbanismo e a todos os demais participantes da X Semana Municipal de Meio Ambiente, afinal, o Meio Ambiente é uma questão importante para todas as pessoas, pois trata nada mais, nada menos, do que da Vida!

Por: Rafael Kalinoski.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Obras de arte

Fonte: Google imagens.
O ser humano está cercado de ferramentas: utensílios domésticos, instrumentos de trabalho que facilitam seu dia-a-dia. Foram produzidas devido as suas limitações físicas, como a falta de garras e veneno, por exemplo.
Porém algumas delas, não possuem uma utilidade evidente e imediata. A busca pela resposta do por que foram feitas, nos leva a constatação de que criamos objetos não apenas para nos servirmos dele, mas também para expressarmos sentimento diante da vida, é o que chamamos de obra de arte.


Fonte: Google imagens.
Através das obras de arte são retratados elementos da natureza, sentimentos religiosos e a própria história das civilizações. Todas essas manifestações artísticas que acontecem também de outras maneiras, como a pintura, buscam a expressão da beleza.

Por isso, os elementos que nos cercam, poderão no futuro ser expostos em museus como testemunho de nossos valores, cultura e modo de vida, já que estão integrados de tal forma com a sociedade, que permitem sua caracterização.


Texto base: História da Arte. Graça Proença.

Por: Andressa, Daniela e Flávia.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Imagem: Franciele Bervian


A arquitetura é o jogo sábio, correto e magnífico dos volumes dispostos sob a luz.
Le Corbusier

das artes visuais

Imagem: Google Imagens

“A luz se apaga. A cidade dorme, porém nem todos, mas não é preciso que a luz se apague ou que a cidade durma para que os novos “pichadores” entrem em ação. Uma nova elite que insiste em interferir na paisagem, na arquitetura e na vida das cidades. Cá estão elas por toda a parte: as propagandas, os outdoors, a publicidade de um mundo irracionalmente financeiro“. 

domingo, 1 de maio de 2011

das artes fotográficas

Por: Franciele Bervian
 
A Fotografia eterniza momentos.
A Poesia eterniza sentimentos.
A Fotografia é a Poesia da imagem.
A Poesia é a fotografia das sensações.
Por: Desconhecido 

sábado, 30 de abril de 2011

Faz bem, doe você também!

Na terça-feira do dia 19 de abril, os integrantes do grupo Viver AU se reuniram para fazer a entrega das doações de Páscoa para o Projeto Santa Marta, situado no bairro Progresso, em Erechim.
Durante três semanas foram arrecadados doces, chocolates e contribuições espontâneas em dinheiro.Após isso, foram montadas pelos integrantes do grupo “cenouras” que foram preenchidas com as arrecadações.
Imagem: Integrantes do grupo Viver AU produzindo as doações para o Projeto Santa Marta
 

O Projeto Santa Marta auxilia, aproximadamente, 120 crianças moradoras do próprio bairro e acolheram os integrantes do grupo Viver AU com carinho e entusiasmo. Após a entrega dos doces houve um momento de recreação. Os donativos restantes foram levados para o Lar da Criança no dia 15 de abril.

O mais importante, nessa páscoa, foi o sorriso sincero no rosto dos pequenos.

Por: Daniela Susin Guerra e Flávia Regina Oldoni.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

o jornaleiro



Imagem por: Luan Zanette e Mateus Subtil dos Anjos


Quando sentimos a brisa passar pelo nosso rosto, a luz do dia iluminar nossa cara, ou quase resbalar nas pedras cheias de musgo, faz-nos viver o meio...
Porém pelo menos vivemos esse meio, esse espaço, percebemos o entorno, mas existem pessoas que não...
Podendo ter até uma batalha do outro lado rua, elas não perceberão, nunca vão perceber apenas passar reto e seguir sua simples vida. Às vezes preocupado com a prova de cálculo que tem a noite, ou aonde vai conseguir o dinheiro para poder pagar o leiteiro que lhe cobrou mais cedo naquela manhã. Ou também porque não quer ver...
As pessoas escolhem o que querem ver, pode haver um incêndio na sua frente e não vão ver um desastre, uma manifestação, ou até uma lata de sopa de tomate gigante, mas vão continuar seguindo seu rumo sem virar o pescoço para ver algo que possa mudar a sua vida...
Desinteresse ou vontade? Podemos dizer que as pessoas vêem o que querem ver.
Por: Mateus Subtil dos Anjos

sexta-feira, 15 de abril de 2011

o vendedor de jornais

Imagem: Gelsumina Noal Carraro na inauguração do Pequeno Jornaleiro


Imagens: O vendedor de Jornais depredado


Imagens: Manifesto contra a depredação do Vendedor de Jornais

O ‘Vendedor de Jornais’, um preito de reconhecimento e homenagem ao pequeno anônimo, que na sua simplicidade extrema leva, de casa em casa, o jornal diário, deliciando-se com os dias de sol e sofrendo pela violência das chuvas e do frio, é uma obra de arte do conhecido escultor italiano Mateo Tonietti, que há muitos anos reside na cidade de Rio Grande (RGS).”
Hora do Munícipio; Revista Ercehim, 30 de Abril de 1952


A partir da reurbanização do centro da cidade pelo arquiteto Dr. Francisco Riopardense de Macedo na década de 1950, várias estátuas foram sendo colocadas ao longo da Avenida Sete de Setembro, segundo o proposto em seu projeto. Assim, a estátua o Vendedor de Jornais foi um presente de Gesolmina Carraro ao 34° aniversário da cidade de Erechim no ano de 1952, com a finalidade de homenagear o trabalho daquelas crianças/ adolescentes que dedicavam parte do seu tempo diário a entrega de jornais.No contexto histórico em que a estátua foi concebida, o trabalho infantil era natural, a fim de cooperar com o sustento da casa, as crianças entregavam jornais, em um período diferente do escolar, na maioria dos casos. Esta foi à realidade retratada na estátua, onde o menino está sentado descansando do trabalho já realizado, originalmente fumando. Mas o que infelizmente constatamos foi o vandalismo anônimo praticado contra a mesma, onde todas as suas partes foram quebradas, restando apenas o suporte de concreto que era  sua base.  Com o objetivo de manifestar nossa preocupação perante o fato ocorrido, nós do grupo de arquitetura e urbanismo – VIVER AU, realizamos no dia 08/04/2011 um manifesto de terrorismo poético no lugar onde a estátua ficava. Para tal, usamos máscaras e adereços em jornais, além de representamos a estátua com um voluntário do grupo envolto em fitas de segurança, cuja única intenção foi sensibilizar as pessoas que passavam na rua para a deturpação do patrimônio público.


Por: Camila Chaves Rael Lauret

das artes sonoras: relação entre música e arquitetura


Imagem: Ópera de Sydney

"A música é a arquitetura do tempo, e a arquitetura é a música do espaço".
Mário Quintana
"Nós deveríamos, portanto, confinamo-nos à música, a Arquitetura, a Escultura e a Pintura (...) Essas quatro são irmãs; as duas primeiras, gêmeas: para tal, observa-se que elas não se originam na imitação dos entes naturais, como o fazem a Escultura e a Pintura".
Viollet-le-Duc, 1987.

A relação música-arquitetura é muito próxima os princípios da primeira podem contribuir para o desenvolvimento da segunda. A motivação para integrar musica à arquitetura vem desde os primeiros momentos históricos da musica ocidental – esse vinculo mostrou-se mais que um capricho, uma necessidade. A necessidade de ordenar sob um preceito sublime tudo aquilo que fosse fruto construído da ciência humana. A semelhança dos métodos compositivos da arquitetura e da musica, o ordenamento das células espaciais e temporais.
Uma circunstância que pode ser observada: ciências com objetos distintos entre si agora estão começando a assemelhar-se em seus métodos. A base dessa crescente semelhança é a continua busca pelo conhecimento absoluto. É possível identificar lógicas compositivas de alguma forma semelhantes, que resultam na construção de um modelo de tradução entre a linguagem musical e a linguagem arquitetônica.

Do texto: À Luz da Cadência – A Música na Arquitetura de Fernando Almeida.

sábado, 9 de abril de 2011

das artes cinematográficas: relação entre cinema e arquitetura

                                                               Imagens: Cenas do filme Marie Antoinette¹

A relação cinema - arquitetura pode ser considerada sob dois pontos de vista: do modo como a arquitetura é representada na tela e nas formas plásticas com que o cinema constrói seus espaços ficcionais na chamada cenografia. Ainda existe uma outra perspectiva que consiste em mostrar o universo pessoal e criativo do arquiteto, perpassando os nuances da motivação humana na tarefa de projetar o mundo interior nos objetos materiais da obra arquitetônica. .(...)” 
Juan Guillermo D. Droguett



A arquitetura, em um filme, é importante para retratar ambientes que transmitem sentimentos ou que remetam a uma época passada ou futura. Nos leva a imaginar esses ambientes e como estaríamos inseridos nele. Também como seriam as nossa interações com o meio que estamos visualizando. "Uma leitura interpretativa dos espaços arquitetônicos, nos quais o espectador do cinema interage nas mesmas condições que o arquiteto, revela as condições e possibilidades dos objetos tridimensionais da arquitetura: forma, volume e perspectiva na sua qualidade material, transformando-se, assim, na matéria-prima da subjetividade com a qual o espectador recriará os personagens, objetos e espaços da criação do universo ficcional"². Por conta disso, devemos perceber como ocorre a interação entre os personagens e as edificações e, também, como as edificações podem agir sobre os personagens de modo que isso reflita em nós, meros espectadores.
Por: Flávia R. Oldoni
_________________________
¹ O filme mostra a vida de Maria Antonieta (Kirsten Dunst), uma jovem vienense que, em 1774, tornou-se a rainha da França. Às vésperas da Revolução Francesa, ela ficou conhecida entre a população por seu desinteresse político, um dos fatores que culminaram na violenta revolta popular contra a família real francesa.
²Droguett, Juan Guillermo. Cinema e Arquitetura. In:____. O Feitiço do Cinema - Ensaio de Griffe sobre à sétima arte.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

vivendo no "liquidificador cultural¹"

Uma pintura de Klee chamada Angelos Novus mostra um anjo olhando como que a ponto de distanciar-se de alguma coisa que está contemplando fixamente. Seus olhos estão arregalados, sua boca, aberta, suas asas, despregadas. É assim que se retrata o anjo da história. Seu rosto está virado para o passado. Onde percebemos um encadeamento dos fatos, ele vê uma só catástrofe, que acumula ruínas sobre ruínas e as atira seus pés. O anjo gostaria de ficar, de despertar os mortos e restaurar o que foi destruído. Mas uma tormenta está soprando do Paraíso, ela fustiga suas asas com tamanha violência que o anjo não consegue mais fechá-las. Essa tormenta impele-o para o futuro, para o qual suas costas estão voltadas, enquanto o monte de destroços diante dele cresce até o céu .Essa tormenta é o que chamamos de progresso.

Walter Benajmin – Década de 40

Imagem: Paul Klee – Angelos Novus década 20

Sob qual ótica devemos encarar nossas cidades hoje? E nossa produção arquitetônica? As certezas em um urbanismo ortodoxo, modernista, cujo bem comum e bem estar social, seriam as metas a serem alcançadas através de um racionalismo progressista? O século XX explorou ao máximo as premissas do menos é mais, preconizadas por Mies van der Rohe, do Homem Ideal de Le Corbusier, e infelizmente foram concebidas grandes falácias em conjuntos arquitetônicos, desprovidos de urbanidade e de um imaginário coletivo capaz de suscitar encontros e surpresas. Erro dos arquitetos e urbanistas ou de quem financiou estas obras e deturpou suas ideias sociais iniciais? Ao menos os modernistas vestiram a camisa por uma arquitetura igualitária, social, industrial.
Nesse sentido questiona-se: foi o progresso, o grande responsável pela perda da cidade tradicional? Da arquitetura vernacular? Do romantismo preconizado na visão bucólica de uma cidade que já não existe mais? Haveria espaço para um flaneur em Chandigarh, em Brasília, no Pedregulho? Como caminharia Walter Benjamin em meio a esses belos conjuntos de arquitetura impecável, mas desprovidos da vitalidade inerente à cidade tradicional?
Se o less is more, foi trocado por less is a bore, de Robert Venturi, percebe-se que apenas a alteração retórica não foi capaz de suprir as demandas do século em desenvolvimento. Da racionalidade e das certezas modernistas, recaiu-se no discurso pós-modernista, deturpado em sua interessante proposta de resgate historicista e fragmentos e recordações. Se o modernismo mal interpretado foi efetivado, o pós-modernismo recaiu em um novo mecenato, sucumbindo ao mercado imobiliário e propiciando o surgimento de frontões neoclássicos norte-americanos em balneários famosos nas praias brasileiras.
Sob a égide de um resgate histórico, muitas vezes desconexos da realidade local, foram criados condomínios que infelizmente surgiram como fuga para uma pretensa segurança, que em sua matriz auto-segregacionista, acabaram causando uma fragmentação maior no tecido urbano e consequentemente maior separação, maior conflito, e menor interação na cena pública.
As cidades estão cada vez mais polifônicas, híbridas em formas e referências, conforme o antropólogo italiano Massimo Canevacci, então é hora de buscar compreender seus signos e contra-signos nesse grande “liquidificador cultural” em que se vive.
Novos materiais, novas soluções, arquitetura inteligente, retorno aos materiais vernaculares, às técnicas retrospectivas, tudo vale e é até salutar nesse processo de efervescência presente. Nesse sentido podem surgir pontes entre referências históricas e novos materiais, ou o tradicional - em colagem e patchwork com a inovação, talvez essa seja a “cara” da arquitetura e das cidades para o século que se inicia. Uma identidade verdadeiramente híbrida.
Sem rótulos, diversas bandeiras podem ser levantadas, e já o foram: a sustentabilidade, a globalização, o universal versus o local, a arquitetura verde, as cidades metabolistas,..., enfim todos estes temas já se tornaram personagens – reificados, e tomaram café em entrevistas com famosos apresentadores e teóricos.
A intenção do presente ensaio não é a de dar respostas, mas sim a de provocar, e fazer pensar, de negar um saudosismo historicista nocivo e a-dialético e ao mesmo tempo, refutar uma crença desmesurada na tecnologia esterilizante. Urge treinar o olhar e fazer-se olhar na cidade, urge caminhar mais entre os fragmentos urbanos, urge aproximar-se mais da realidade urbana, ao invés de planejar a partir de um gabinete ou de modelos importados de outras realidades. Alguém gostaria de se pronunciar? 

Por: Murad Jorge Mussi Vaz
______________
¹ Liquidificador - cultural, termo usado por Massimo Canevacci, em sua obra Sincretismos. Editora Studio Nobel, SP, 1996.

das artes fotográficas

                                           Imagem: Franciele Bervian

"A fotografia é a poesia da imobilidade: é através da fotografia que os instantes deixam-se ver tal como são". 
Peter Urmenyi